O Bloco de Esquerda apresentou na passada segunda-feira, 27 de julho, pelas 17.30h, no Largo da Ribeira Velha em Setúbal, os candidatos e candidatas do Bloco de Esquerda por Setúbal às eleições legislativas 2015.
A sessão pública contou com a presença dos candidatos e candidatas, do mandatário da candidatura Fernando Rosas e da porta-voz do Bloco Catarina Martins.
“Construir um futuro em que os povos não sejam escravos de dívidas”
A cabeça de lista por Setúbal, Joana Mortágua, sublinhou que “há qualquer coisa de extraordinário” que junta os e as candidatos e candidatas que compõem a lista do distrito: “um projeto de sociedade que o Bloco defende pelo qual cada deputado, cada candidato, cada militante dá a cara todos os dias”.
“Essa ideia louca de construir um futuro em que os povos não sejam escravos de dívidas” e “nem escravos de pactos assinados nas suas costas, como o Tratado Orçamental, assinado por PSD, CDS e PS contra todos nós”, adiantou a candidata.
“Essa ideia louca das verdadeiras escolhas, da democracia”, acrescentou.
Lembrando que “PSD mete um outdoor nas ruas a dizer ‘O rumo certo’, quando nós sabemos que o rumo deles é destruir o país, e PS opta por um outdoor onde se lê ‘Por mais emprego’, quando o seu programa defende a liberalização dos despedimentos”, Joana Mortágua defendeu que é preciso travar este carrossel gigante contínuo de PS e PSD “que é sempre feito contra nós e contra os nossos direitos”.
“À senhora Merkel qualquer um deles [Passos Coelho ou António Costa] serve para governar esta colónia em que ela quer transformar este país”, assinalou, destacando que “nós não estamos condenados a escolher entre quem quer vender o que é de todos por um bocadinho mais e quem quer vender o que é de todos por um bocadinho menos”.
Não aceitamos “a chantagem do medo e da falta de alternativa"
A segunda candidata por Setúbal, Sandra Cunha, sublinhou que os bloquistas se candidatam porque não aceitam “a chantagem do medo e da falta de alternativa”.
“Candidatamo-nos porque sabemos que há alternativa. É a de trazer à responsabilidade os verdadeiros culpados da crise e é a de ir buscar o dinheiro onde ele está. Aos que andaram a especular e a jogar com dinheiro que não tinham e não era seu...e que perderam!”, avançou.
“Candidatamo-nos porque sabemos que há alternativa. É a de dizer Não! Basta! A alternativa é a de colocar as pessoas em 1º lugar, à frente dos interesses financeiros e pessoais”, rematou.
“Não é possível desenvolver o país obedecendo às regras da Europa germanófila”
O mandatário da candidatura, o historiador Fernando Rosas, antigo deputado do Bloco também por Setúbal, fez um balanço arrasador da governação PSD/CDS dos últimos quatro anos.
"Esse balanço é uma queda do PIB [Produto Interno Bruto] de 6 por cento, é a liquidação de cerca de 300 mil postos de trabalho, é o corte real e nominal dos salários, é o corte das pensões, é o empobrecimento dos mais pobres e das classes médias com os cortes do complementos para os idosos, é o corte dos subsídios de desemprego, do subsídio de doença, as taxas moderadoras, os abonos de família", disse Fernando Rosas, que também não poupou críticas ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Como é que este primeiro-ministro tem a lata, e o desplante, perante os portugueses, na televisão, de dizer que os mais pobres não foram prejudicados, quando foram as vítimas de eleição deste Governo, de sugar até à medula o trabalho e o sangue dos portugueses", questionou.
Para Fernando Rosas, é preciso "lutar contra essa ilusão sinistra de que é possível fazer crescer e desenvolver o país, obedecendo às regras da Europa germanófila, obedecendo às regras que nos mandam não crescer, obedecendo ao Tratado Orçamental Europeu, obedecendo aos ditames que mandam que não se mexa na dívida".
"[Temos de] combater essa ilusão sinistra de que rastejando perante a Europa nós podemos chegar a algum lado. Temos de combater essa política com propostas, com alternativas, com um programa", rematou.
A iniciativa contou ainda com as intervenções dos candidatos Luís Cordeiro, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda no Seixal e Fernando Sequeira, da Comissão de Trabalhadores da Auto-Europa, da porta-voz Catarina Martins e a música
de Francisco Fanhais e de Amélia Muge, que declararam o seu apoio à candidatura bloquista.
Segue a composição da lista de candidat@s por Setúbal às Legislativas 2015:
1. Joana Mortágua - Almada
2. Sandra Cunha - Sesimbra
3. Luís Cordeiro - Seixal (independente)
4. Fernando Sequeira - Moita
5. Raquel Rodrigues Santos - Barreiro
6. Álvaro Arranja - Setúbal
7. Joaquim Raminhos - Moita
8. Júlia Pereira - Sesimbra
9. Carlos Oliveira - Palmela
10. Inês Bom - Almada
11. Ricardo Caçoila - Montijo
12. Jaime Pinho - Setúbal
13. Rosa Maria Silva - Santo André (independente)
14. Joaquim Piló - Seixal
15. Vitália Ribeiro - Barreiro
16. Fernando Pinho - Setúbal
17. Aldina Soares - Palmela
Suplentes
1. Carlos Branco - Setúbal
2. Pedro Oliveira - Almada
3. Almerinda Bento - Seixal
4. Manuela Freitas - Setúbal (independente)
5. Cipriano Pisco - Montijo