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Bloco defende reconhecimento do acesso à água e luz como bem essencial

Catarina Martins, visitou nesta terça-feira o bairro das Terras da Costa da Caparica, acompanhada por militantes do Bloco do concelho de Almada.

As pessoas que vivem no bairro só têm energia elétrica, porque esta lhes está a ser assegurada por um gerador cedido pela câmara de Almada, enquanto a comissão de moradores procura chegar a um acordo com a EDP, para a colocação de um contador coletivo que permita o fornecimento de energia a todos os residentes – cerca de 400 pessoas.

Segundo a Lusa, a porta-voz do Bloco declarou:

“O Bloco de Esquerda tem defendido uma proposta que nos parece essencial, que é um desafio que nós fazemos, no sentido de uma melhoria civilizacional do nosso país, ou seja, que encaremos a luz e a água como bens essenciais, no seguimento de todas as afirmações sobre direitos humanos que são feitas ao mais alto nível internacional e que Portugal subscreve na ONU [Organização das Nações Unidas] e não só”.

“Considerar a água e a luz como direitos humanos, significa que, em cada situação - sem prejuízo de se encontrarem soluções para a habitação -, enquanto essas soluções não existem, ninguém pode ficar privado do acesso à água e à luz”, sublinhou Catarina Martins.

A porta-voz do Bloco salientou que é necessário encontrar soluções para o realojamento das pessoas que vivem em bairros ilegais, em casas sem as mínimas condições de habitabilidade e afirmou:

“Nós temos por todo o país tantas casas fechadas, tantas casas sem ninguém. Aqui [no concelho de Almada], sabemos que há casas do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana [IHRU] vazias. É preciso que essas casas sejam postas à disposição das autarquias, que conhecem melhor o que se passa no terreno, para realojar quem precisa”.

E acrescentou: “O país tem recursos para alojar condignamente estas famílias. E é isso que é preciso fazer: pôr as casas vazias à disposição das pessoas”.

A concluir, Catarina Martins pediu às pessoas para refletirem sobre estes casos em que é negado o acesso à água e eletricidade a famílias pobres, ao mesmo tempo que a EDP e a REN, agora privatizadas, acumulam “lucros monstruosos” e “distribuem dividendos por milionários estrangeiros”.