“No ano passado foram assassinadas 43 mulheres e hoje estamos no concelho onde ocorreram mais mortes. Assinalamos este dia dizendo ‘Nem mais uma!’”, afirmou Catarina Martins durante a pintura de um mural contra a violência doméstica. “Não podemos viver num país onde a violência doméstica e o assassinato de mulheres ocorre a um ritmo de uma por semana. É preciso parar com esta violência”, acrescentou a porta-voz do Bloco.
Catarina Martins recordou que este ano comemora-se o 15º aniversário da lei que tornou a violência doméstica crime público. “Foi a primeira proposta de lei do Bloco de Esquerda e tornou-se lei do país. Orgulhamo-nos desse percurso e temos consciência do percurso que falta fazer para acabar com esta violência”, prosseguiu.
“Este ano há razões acrescidas para chamar a atenção para a desigualdade: Portugal foi o país que — com as políticas de austeridade — mais aumentou a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Ela tinha vindo a reduzir-se e agora andámos para trás. Cada mulher em Portugal trabalha mais dois meses e meio do que um homem na mesma função para ganhar o mesmo”, lembrou ainda Catarina Martins.
“A democracia não pode permitir que um primeiro-ministro não saiba esclarecer o país sobre as suas contribuições"
Questionada acerca das dúvidas que persistem sobre as contribuições de Passos Coelho à Segurança Social, Catarina Martins defendeu que “pagar as contribuições à Segurança Social e ao fisco é a primeira obrigação de qualquer cidadão em Portugal é alguém que assume o cargo de PM tem de ter sido capaz, enquanto cidadão, de cumprir as suas primeiras obrigações perante o país”.
“Pagar ao fisco é o que paga as escolas e os hospitais, pagar a SS é o que paga as pensões dos nossos reformados hoje”, prosseguiu a porta-voz bloquista, insistindo que Passos Coelho “deve mostrar o registo das suas contribuições e das comunicações com a Segurança Social referentes ao período entre 1999 e 2004, sobre o qual há todas as dúvidas e não achamos que não podem continuar a existir”.
Para o Bloco de Esquerda, “a democracia não pode permitir que um primeiro-ministro não saiba esclarecer o país sobre as suas contribuições para a Segurança Social e é bom que isso aconteça antes do debate quinzenal”, acrescentou Catarina Martins antes de concluir que “seria no mínimo caricato que pudesse estar um primeiro-ministro a prestar contas à Assembleia da República que não tivesse prestado contas ao país sobre as suas obrigações enquanto cidadão”.