Era uma vez… a história podia começar assim, e é na verdade uma grande história.
A Praça da Independência no Monte Belo onde se situam as desativadas Bombas de Combustível foi “vendida” pela defunta Alvorada, aos moradores dos andares em volta como um jardim, era assim que estava nos panfletos promocionais e foi desse modo que se engodou os compradores. A Câmara Municipal diz que esses dois lotes, o terceiro é onde se situa a fonte, vieram por contrapartidas, o que é verdade sendo que a contrapartida da CMS, seria o jardim.
Mata Cáceres, e não só, à data presidente da C.M.S. não pensou assim e resolveu rentabilizar os 2 lotes de terreno concedendo alvará para exploração de venda de gasolina, loja e lavagem de automóveis tendo a CMS recebido em troca do bem-estar e qualidade de vida dos moradores, 252.000 Contos pela concessão por 20 anos.
A história mais recente é conhecida, a bomba fechou e a hasta pública de 2013 ficou deserta.
A Praça da Independência é hoje um dos locais com mais tráfego rodoviário da cidade, o barulho é ensurdecedor, nela conflui o trânsito Lisboa / Alentejo, Cidade, Bombeiros, Zona Comercial, Cemitério, etc. A existência de uma zona verde que rebata os níveis de poluição é de importância vital para os moradores. Uma zona verde com árvores, canteiros e lugar de convívio para crianças e idosos (para estes já várias vezes prometido mas nunca concedido), é um direito que lhes foi sonegado desde sempre.
A Câmara CDU, que se orgulha de ser e fazer diferente, no seu afamado programa “Ouvir as populações” nunca perguntou aos moradores a sua opinião sobre o assunto, seria um ato de plena democracia.
A CDU tinha agora uma oportunidade de fazer justiça, de repor a legalidade, a oportunidade única de devolver aos moradores aquilo que lhes foi retirado, dando assim a imagem de diferença de que tanto se arroga.
Ao invés que pretende fazer o executivo da CDU
Pretende passar os lotes do domínio público para o domínio privado para depois os permutar com um investidor, o qual mais cedo ou mais tarde como legítimo dono e “contrapartidas acordadas” fará nos mesmos o que lhe aprouver.
Com a dita permuta (cedência de direitos dos 2 lotes na Praça da Independência por troca com um edifício na baixa), pretende a CMS erigir no edifício permutado, o Centro Municipal para a Promoção e Desenvolvimento das Artes, justificando que:
“Esta iniciativa municipal pode ser uma âncora na reabilitação urbana da ZONA RIBEIRINHA da cidade a qual se vai traduzir não só na reabilitação dos edifícios mas vai ter como resultado atrair mais população ao centro histórico etc…
Completamente de acordo quanto à reabilitação dos edifícios degradados que enxameiam a cidade, mas porque não reabilitar o espaço das bombas?
Mas porque não O CENTRO MUNICIPAL PARA A PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS ARTES ficar nas instalações da bomba? Mas então a CDU já ouviu falar em descentralização? É tudo na baixa?
A próxima Assembleia Municipal terá uma palavra a dizer, dela esperamos bom senso.